Da ideia do livro à publicação – Desenvolvendo a ideia

Da ideia do livro à publicação – Desenvolvendo a ideia

A ideia para um livro pode chegar até nós de diversas maneiras: lendo uma obra ou assistindo a um filme, indo para o trabalho e observando as pessoas em volta, assistindo ao noticiário, ouvindo a letra de uma música enquanto nos exercitamos. Se a ideia for boa, você saberá.

A primeira frase de “Cem anos de solidão” brotou na mente de Gabriel García Márquez “de lugar nenhum” enquanto ele dirigia na estrada, levando a família para curtir férias em Acapulco. Segundo o biógrafo do escritor colombiano, Gerald Martin, García Márquez teria dado meia-volta com o carro na mesma hora e, no dia seguinte, sentado à máquina de escrever para começar seu mais prestigiado romance.

O mais importante para todo criador de histórias (mas isso vale também para quem escreve não-ficção) é anotar essa ideia no momento em que a inspiração bate, assim como todos os detalhes que a envolvem. Este acender das luzes costuma chegar com uma série de referências e um genuíno entusiasmo que merece o registro, e que depois ajudará o escritor a resgatar esta fagulha de espontaneidade.

Amadurecendo a ideia

Mas depois de anotar a ideia, o que fazer? Geralmente a ideia em si pode ser um tema, uma emoção, um personagem, um conceito, uma premissa inicial. Então vale a pena refletir sobre ela, tentar cavoucar na sua mente o porquê é tão significativa para você, e dela extrair uma originalidade que se transforme em uma trama que o motive.

Sei o que estão pensando: fácil falar, difícil é fazer. De fato, não é um processo simples, mas algo que pode ajudar muito é recorrer a outras histórias que carreguem alguma semelhança com a sua, seja um filme, série ou livro, ou até mesmo um podcast. E, novamente, anotar tudo que lhe ocorrer em relação à sua obra em um documento organizado, para que nenhuma ideia se perca no vazio do esquecimento. Este início pode ser um processo meio caótico, mas não se preocupe, se houver um elo em comum com a fagulha inicial, boa parte desse fluxo de ideias e informações poderá ser costurado em uma história.

Escrevendo a sinopse

Quando você acreditar que possui elementos suficientes, pode partir para uma próxima etapa: escrever uma sinopse da sua obra. Esta sinopse pode ter meia página, uma página inteira, ou até mais do que isso, dependendo do estágio em que estiver. No caso de uma obra de ficção, recomendamos que já coloque nela alguns aspectos fundamentais da sua história, entre eles:

– Personagens (protagonista e personagens secundários);

– Conflito (o que seu protagonista deseja, de forma consciente ou não, e quais obstáculos ele(a) enfrenta para chegar lá);

– Breve descrição da trama (principais eventos que a compõem);

– O tema central que permeia sua história (este item é opcional, mas serve como lembrete ao autor do que sempre deve estar presente no subtexto).

Lembre-se: não há receita de bolo. A grande maioria das histórias se revela no ato da escrita em si, portanto não fique preso a informações demais neste início. A sinopse (ou o resumo) pode ser o suficiente para você passar à etapa seguinte: a pesquisa e a estruturação do livro.

Falaremos sobre ela na próxima parte desta série. Até lá!

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