A Rotina do Escritor

A Rotina do Escritor

Já pensou em como é a rotina diária dos escritores? Afinal, quais hábitos funcionam melhor neste processo criativo incessante e imersivo que é a escrita literária?

Claro que isto é profundamente subjetivo.

Por isso, separamos os depoimentos de cinco grandes escritores e escritoras, que falam sobre o que cada um adotou como rotina.

Ouça por eles mesmos.

Ernest Hemingway

“Quando estou trabalhando em um livro ou uma história, escrevo todas as manhãs, logo após a primeira luz possível. Não há ninguém para perturbar e o tempo está sempre mais fresco. Você vem para o trabalho e se aquece à medida que escreve. Você lê o que escreveu antes e continua a partir daí. Você escreve até chegar a um ponto em que sabe o que vai acontecer em seguida. Então para e vai tentar viver até o dia seguinte, quando irá voltar ao trabalho.”

Stephen King

“Há certas coisas que faço ao me sentar para escrever. Tomo um copo de água ou uma xícara de chá. Sento-me em um determinado horário, entre 8h e 8h30, em algum lugar dentro dessa meia hora, todas as manhãs. Tomo a minha pílula de vitamina e ligo minha música, sento-me no mesmo assento, e os papéis estão todos organizados nos mesmos lugares.”

Maya Angelou

“Eu escrevo pela manhã, vou pra casa por volta do meio-dia e tomo um banho, porque escrever, como você sabe, é trabalho duro, então você tem que fazer uma dupla purificação. Aí eu saio, faço compras e finjo ser normal. Eu me faço de sã – Bom dia! Tudo bem, obrigada. E você? – e vou embora. Eu preparo meu jantar e, se tiver convidados, uso velas, toco música boa e todas essas coisas. Depois de me livrar de todos os pratos eu leio o que escrevi naquela manhã. Na maioria das vezes, se escrevi nove páginas eu vou conseguir salvar umas duas e meia ou três. Esta é a parte mais cruel, sabia? Admitir que aquilo não está bom. Quando eu termino umas cinquenta páginas e as leio – cinquenta aceitáveis páginas – não é tão ruim.”

Haruki Murakami

“Quando estou trabalhando em um romance, me levanto às 4h da manhã e trabalho por cinco a seis horas. Na parte da tarde, corro 10 km ou nado por 1.500 m (ou faço ambos), e então leio um pouco e ouço alguma música. Vou para a cama às 9h da noite. Mantenho essa rotina todos os dias, sem variação. A repetição em si torna-se o mais importante; é uma forma de hipnotismo.”

Joan Didion

“Eu preciso de uma hora sozinha antes do jantar, com uma bebida, para repassar tudo o que fiz naquele dia. Não posso fazer isso no final da tarde porque ainda estou muito envolvida com tudo. Além do mais, a bebida ajuda. Isso me remove das páginas. Eu passo essa hora removendo algumas coisas e adicionando outras. Então eu começo o próximo dia refazendo tudo o que fiz no anterior, seguindo as notas que tomei nesta hora. Quando estou realmente trabalhando, não gosto de sair nem ter ninguém para o jantar, senão eu perco a hora. E se eu não a tenho e começo o dia seguinte com somente algumas páginas ruins e nenhum lugar para ir, fico desanimada. Outra coisa que preciso fazer, quando estou perto do final do livro, é dormir no mesmo quarto que ele. Esse é o motivo de eu ir pra casa em Sacramento para terminar coisas. De alguma forma, o livro não sai quando você está dormindo bem ao seu lado. Em Sacramento, ninguém se preocupa se eu apareço ou não, eu posso simplesmente acordar e começar a escrever.”

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