Autobiografia – Princípios básicos para escrever a sua

Autobiografia – Princípios básicos para escrever a sua

A autobiografia é um gênero não ficcional com um conceito simples de compreender – trata-se da história de vida de uma pessoa, narrada por ela mesma. No entanto, para começar a pensar na sua autobiografia, é preciso entender alguns princípios básicos, que vamos resumir neste texto.

Uma vida encapsulada

A autobiografia se propõe a contar, com a maior riqueza possível de detalhes, a vida inteira do autor ou autora. Ou seja, a obra vai das primeiras lembranças de infância, a juventude e os anos de formação, e a fase adulta até a época atual (quando a pessoa escreve), focando em todos os aprendizados, desafios, dores, conquistas e relacionamentos que cabem em uma vida.

Claro que, nesse momento, esbarramos nas limitações e armadilhas da memória. Muitas vezes, nosso olhar particular para eventos do passado altera detalhes, se engana com datas, sublima alguns aspectos e diminui outros. Ou seja, a memória pode ser muito subjetiva e/ou falha.

Contudo, isso é o de menos. Numa autobiografia, o que importa é justamente como a pessoa que narra se lembra desses acontecimentos. É seu olhar e reflexões sobre as próprias experiências que devem prevalecer no texto.

Como exemplo, uma pessoa poderia agrupar os anos em que fez universidade e contar como aquela experiência e aprendizado mudaram a sua vida, isso é mais interessante que elencar com detalhes as matérias que cursou ou as próprias notas.

A voz narradora

Como é o próprio autor ou autora que conta a sua história, a narração é sempre em primeira pessoa e deve conter a essência daquela voz individual. Mas o que isso significa?

Cada indivíduo se expressa de uma maneira única. Uns, por exemplo, falam de forma expansiva ou acalorada, outros com timidez, medindo cada palavra. O vocabulário, o tom e a construção frasal também variam muito de uma pessoa para outra, o que passa por características socioculturais e nível educacional, as experiências e, essencialmente, a personalidade e a visão de mundo.

Portanto, esta voz narradora é muito importante na linguagem da obra que será escrita, ela será o guia da jornada. É fundamental que o leitor, ao entrar em contato com o texto, possa reconhecer (ou conhecer) a pessoa que está por trás daquela história através da forma como ela se comunica.

A construção narrativa

Este assunto poderia, por si só, ser tema de um único texto. É possível construir uma autobiografia de diversas maneiras. A estrutura mais convencional é aquela que segue, do início ao fim, a ordem cronológica dos acontecimentos, ou seja, vai das primeiras memórias de vida às mais recentes.

Contudo, é possível (às vezes até recomendável) embaralhar os períodos temporais. Por exemplo, se o narrador tiver vivido uma experiência muito marcante aos 40 anos de idade (quase morreu, perdeu a mãe, ganhou o primeiro filho, conquistou o emprego dos sonhos, etc.), pode começar o livro neste momento para já capturar a atenção do leitor, e depois voltar para suas origens, no intuito de revelar a cadeia de acontecimentos que culminou ali.

Muitas outras experimentações narrativas são possíveis dentro de uma autobiografia ou um livro de memórias. No Álbum de Memórias, atuamos como ghostwriters e usamos técnicas literárias para contar a sua história de vida de maneira criativa e envolvente.

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