A magia da primeira página – A arte de fisgar o leitor desde o início

A magia da primeira página – A arte de fisgar o leitor desde o início

Você já começou a ler um livro e, logo na primeira página, parece que foi atingido por uma força magnética que grudou seus olhos ao texto? Pois é, todos os escritores buscam a primeira página perfeita, aquela que intriga, atiça a curiosidade desde as primeiras linhas e impulsiona toda a leitura.

Por mais que aquele fôlego, aquela ousadia inicial, não se mantenha ao longo de toda a obra (até porque, convenhamos, isto não seria natural), o leitor sempre remeterá a este sentimento, e isto o manterá na leitura até o fim. Afinal, é desejo dele saber se o desfecho da obra carrega a mesma potência daquele início arrebatador. O leitor foi fisgado.

Situando seu leitor

Há uma certa alquimia em conseguir, logo nas primeiras páginas, transportar o leitor para um mundo novo, um mundo que até então existia apenas a mente de um solitário escritor. É um desafio encontrar o equilíbrio ideal entre informação (trama e personagens), estabelecer a voz autoral e o estilo da linguagem adotada, e, claro, uma poesia vocabular e narrativa, aquela que embeleza a leitura.

Como em tudo na literatura, não há fórmulas. O autor pode começar por um momento de clímax da trama, e emendar num flashback para contar a história desde o início, embora isto seja uma técnica já muito utilizada. Em outro espectro, pode ser também algo mais introspectivo, como uma profunda reflexão do narrador sobre o que o leitor vai encontrar na obra, sem entregar demais.

Imaginação e palavra

Em suma, construir primeiras páginas impactantes é algo que todo escritor almeja. Nada é mais angustiante para um autor do que o tique-taque do relógio frente a uma página em branco; mas não se afobe. Gaste o tempo necessário escrevendo e reescrevendo para que esteja satisfeito e convicto de que seu início carrega o peso da boa literatura.

É como disse, certa vez, Italo Calvino: “Sento e levanto mil vezes, mergulho numa ansiedade imensa ao iniciar um livro. (…) Há algo fascinante e aterrador na primeira página a ser escrita, algo que está entre o mundo imaterial, a imaginação, e o material, a palavra”.

Não desista de encontrar esta primeira página perfeita. Obras inesquecíveis nos ensinam que é possível.

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