A Escrita moderna é composta cada vez mais por novas formas de expressão. E no campo da escrita sobre si, há três gêneros que volta e meia confundem os leitores, que são: a biografia, a autobiografia e a autoficção. Os três se diferenciam pelo ponto de vista narrativo e pela relação com a realidade e a ficção. Abaixo vamos conhecer melhor cada um deles.

A Biografia

A biografia é um relato da vida de uma pessoa escrito por outra, que pode ser um ghostwriter ou não. Nela, o autor assume o papel de pesquisador, reunindo informações, documentos, entrevistas e fontes confiáveis para construir uma narrativa cronológica ou temática sobre o/a biografado/a.

A biografia pode ser sobre a vida inteira do/a biografado/a ou sobre períodos e recortes específicos, o que deve ser justificado no texto. Pode ser uma grande viagem, uma experiência única, o registro de uma promoção no emprego ou mesmo um texto que mescle a vida particular com a profissional − o objetivo principal da biografia é oferecer um retrato fiel da vida, das experiências, conquistas e desafios enfrentados pela pessoa..

A Autobiografia

A autobiografia, em contraste, é o relato da vida de uma pessoa contado por ela mesma. Nesse gênero, o autor é, ao mesmo tempo, narrador e protagonista da própria história, e oferece uma visão interna de sua trajetória de vida.

A autobiografia permite uma perspectiva única, pois o/a autor/a compartilha suas próprias experiências, emoções e percepções de forma pessoal e subjetiva.

Por outro lado, subjetividade pode ser uma limitação, uma vez que tendo o controle total sobre a sua narrativa, pode-se destacar aspectos positivos e/ou omitir fatos menos favoráveis. De qualquer forma, a autobiografia é um gênero poderoso para revelar o íntimo e o particular da vida de alguém, oferecendo um relato em primeira pessoa que dificilmente seria obtido de outra maneira.

A Autoficção

Por fim, a autoficção é um gênero híbrido que mistura elementos autobiográficos com a ficção. Ou seja, o/a autor/a utiliza acontecimentos da própria vida, mas também pode inventar, modificar e exagerar eventos, personagens e situações. Neste gênero, a linha entre o real e o imaginário é difusa, e o/a leitor/a nunca tem certeza se o que leu é verdade ou ficção.

Do ponto de vista literário, a autoficção é uma forma de explorar não apenas a realidade vivida, mas também as possibilidades literárias da criação, refletindo sobre a relação entre vida e arte, mesmo confundindo-as.

Cabe destacar que, ao contrário da biografia e da autobiografia, a autoficção não se preocupa em ser fiel ao real, mas em oferecer uma nova perspectiva sobre o “eu”, o que permite uma maior liberdade criativa.

No Álbum de Memórias, trabalhamos com mais frequência com Biografias e Autobiografias, contudo também já realizamos Autoficção.