Como jornalistas e ghostwriters, nosso trabalho no Álbum de Memórias inclui entrevistar pessoas de variadas origens, formações e personalidades. E, claro, com diferentes objetivos.

Pode ser um senhor de 90 anos querendo publicar suas memórias, uma executiva querendo contar suas conquistas profissionais e conhecimentos adquiridos na carreira, um viajante querendo narrar suas aventuras e experiências numa viagem inesquecível.

É a partir dessas conversas (que, num mesmo projeto, pode incluir diversas pessoas) que costuramos uma narrativa bem escrita, com uma estrutura que faça sentido, e que fisgue o leitor.

Portanto, hoje vamos falar sobre algumas dicas básicas para você que pretende conduzir uma boa entrevista para seu projeto jornalístico, acadêmico ou literário.

Briefing do entrevistado

Não chegue em uma entrevista despreparado. É importante já ter informações preliminares sobre aquela pessoa que será entrevistada, um conhecimento prévio sobre a participação dela naquela história, e a ligação dela com as demais.

Qualquer informação pode ser útil, portanto faça uma pesquisa online, ou, caso seja uma pessoa anônima, converse com outras fontes sobre ela, ou mande um briefing para ela com perguntas iniciais antes da entrevista.

Assim você terá insumos para preparar perguntas que possam extrair o máximo possível de informações (e emoções). E não se esqueça de pensar na quantidade de tempo que terá com aquela pessoa. Tenha perguntas para usar em todo o período da conversa.

Perguntas abrangentes

Estar preparado, no entanto, não significa saber tudo de antemão. Afinal, a entrevista em si deve ser um exercício de descobrimento. Por isso, a partir do briefing ou das informações preliminares, prepare perguntas que tenham um escopo abrangente, que possam costurar um assunto no outro de forma orgânica, sem que o processo pareça forçado ou engessado.

Isso tornará a conversa fluida, informativa e prazerosa, tirando do entrevistado aquela sensação de uma entrevista formal.

Ouça com atenção

Isto pode parecer óbvio, mas muitos entrevistadores, por vezes, fazem sua lista de perguntas e, enquanto o entrevistado responde, ficam apenas pensando na próxima. Como se não estivessem ali, de corpo presente.

É fundamental ouvir cada palavra que seu entrevistado fala, cada pausa, a entonação de voz, as emoções que brotam inesperadas. Isto permite ao entrevistador improvisar ou dar um novo direcionamento, caso necessário. Lembre-se: as perguntas iniciais são um guia importante, mas se a entrevista pedir, esteja pronto para mudar o rumo.

E uma vez que as perguntas abrangentes servem para direcionar o entrevistado para aquele assunto, busque questões específicas para mergulhar mais naquele tema. Isso levará a respostas mais específicas e, por vezes, até reveladoras. Conseguir algo inédito do entrevistado é a meta de toda boa entrevista.