Reflexões literárias de 6 autores brasileiros contemporâneos

Reflexões literárias de 6 autores brasileiros contemporâneos

A Literatura Brasileira vive um momento bastante especial. Autores e autoras de ficção têm trazido tramas e personagens intrigantes e com um frescor original, desafiando as convenções e provocando o leitor com quadros humanos complexos.

São muitos nomes de destaque espalhados pelo país, portanto seria impossível mencionar todos. Mas para inspirar você que pretende levar a cabo sua obra literária, trazemos algumas reflexões sobre processo criativo e o poder da literatura de 6 desses escritores e escritoras brasileiras contemporâneas.

Daniel Galera

“Costumo fazer bastante pesquisa para todos os meus livros. Cada um exige uma quantidade e um tipo diferente de pesquisa (…). Não faço muita pesquisa bibliográfica ou histórica, até porque o tipo de livro que escrevo acaba não pedindo isso. Mas procuro me informar sobre tudo que vai entrar na história, de uma maneira ou outra, coisas que sinto não dominar, ou não saber o suficiente. É o exercício da curiosidade saudável e necessária para poder escrever ficção.”

Conceição Evaristo

“Tudo que eu escrevo parte muito dessa experiência minha ou de uma experiência dos meus, de uma experiência que eu vivo de certa forma. Minha competência literária parte muito dessa vivência, dessa observação, desse espaço que eu vivo, dessas pessoas que me contaminam a ponto de virar personagem (…). Eu concebo meus textos a partir da minha condição de mulher negra, então o meu trabalho literário, o meu imaginário, a minha ficcionalização nasce a partir do espaço onde meus pés estão fincados.”

Luiz Ruffato

“O meu processo criativo é muito simples, porque eu não anoto absolutamente nada, não fotografo nada, então para mim o livro, para ser escrito, tem que primeiro estar no meu corpo. Eu entendo meu corpo como o lugar onde escrevo meus livros. Então só depois que este livro está já impresso no meu corpo, eu vou sentar para escrever…”

Carla Madeira

“(Escrever ficção) É se entregar a uma escuta, emprestar o corpo para um outro falar e viver. E deixar que ele faça o que uma pessoa como ele faria. É se agarrar a uma situação, a um encontro, a uma paisagem, a um nada e lutar por ele (…) Há sim uma “força” que se impõe e junto com ela muito trabalho. Não é uma força mágica, mas é determinada. Exige que se dê a ela tempo, envolvimento, imaginação. Seguimos as pistas, a ideia insistente, ouvimos e acolhemos a perturbação. É um estado de alerta, de observação, de imersão que se topa viver. Há uma delícia imensa nisso.”

Jeferson Tenório

“Eu não tinha aquela preocupação em criar histórias. Era só a necessidade de contar alguma coisa minha. A escrita veio mais como uma espécie de confissão. Começo a criar histórias mesmo a partir dos meus 18 anos, mas ainda hoje conservo essa rotina de escrever diários; tenho pelo menos uns 35 cadernos.”

Carol Bensimon

“Então, acho que um bom romance ensina tanto sobre tantas questões pungentes da vida − e causa empatia, que é algo que estamos precisando neste momento. É ótimo poder conhecer vidas que não são as nossas, sair da nossa bolha de amigos, de redes sociais e poder, por meio da literatura, experimentar outras vivências, entrar na cabeça de pessoas e personagens que pensam diferente da gente.”

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