Cada palavra importa. Seja na escrita de ficção, na poesia, em uma biografia ou notícia de jornal, os bons autores sabem a importância de cada palavra e o motivo de elas estarem ali – e não outra. A isso chamamos de “seleção vocabular”, o emprego do termo exato na frase, no contexto da mensagem que se pretende transmitir.

Durante a escrita, por vezes esse tópico é muito difícil de ser notado. Seleção vocabular é algo sutil de ser aprendido porque parte da ideia que cada palavra é única, e igualmente o seu emprego na frase. Por exemplo, há uma diferença suave entre “Pedro estava feliz” e “Pedro estava contente”, mas que se torna grande quando dizemos “Pedro estava exultante” ou “eufórico”.

Todas essas palavras são níveis de felicidade, e entender a sutileza de cada termo nos traz um outro ponto de vista para sinônimos. Mas como perceber essas distinções? Ou melhor: como empregar a palavra correta?

Leia para ampliar seu vocabulário

Primeiro, deve-se ler muito. Ter contato com diferentes tipos de textos, acumular um amplo vocabulário, nos faz usar novas palavras e entender os diferentes contextos em que podemos usá-las.

Com a sua leitura em dia, ao escrever, considere três pontos de igual peso:

a) O público-alvo: o emprego da palavra “certa” deve estar adequado ao nível de conhecimento e interesse do leitor. Ao escrever um livro para adolescentes, por exemplo, um tom jovial com frases curtas, ágeis, e outras longas, intercaladas, são a melhor escolha.

b) O motivo do texto: Textos científicos e acadêmicos exigem, necessariamente, o uso de palavras técnicas de acordo com a área do trabalho. Textos literários, poéticos, por sua vez, podem usar uma linguagem mais subjetiva ou inventada, criativa.

c) O efeito do texto: Qual a intenção que deseja despertar com seu texto? A escolha de palavras pode sugerir, nas entrelinhas, algo persuasivo, poético, didático, técnico, fabular, etc.

Reler e revisar são ofícios da escrita

Depois é escrever e revisar. Leia o texto em voz alta e, ao notar palavras que soem estranhas, pare, pense no que pretende com aquela frase e porque aquele termo parece não se encaixar ali. Ao reler, evite termos vagos ou genéricos, prefira palavras que expressem exatamente o que deseja comunicar naquela frase.

Reescreva, releia, opte por um sinônimo ou mesmo mude a frase inteira, o importante é que a sentença soe crível a você, e respeite aqueles três pontos elencados acima.

O ponto positivo é que a leitura é uma bola de neve. Ao ler, temos vontade de ler mais, e ao prestar atenção nas palavras usadas, passamos a compreender melhor as sutilezas do emprego de cada uma delas.

A busca pela palavra perfeita é uma jornada.