No primeiro texto do blog, escrevi sobre os princípios da Biografia. Senão leu, sugiro ler para continuar neste tópico.
Agora que você sabe o que é uma Biografia, vou escrever sobre as diferenças dentro do gênero. Todo Perfil é uma Biografia? Um Romance Biográfico conta como Biografia? Vamos com calma para esclarecer todas as dúvidas.
Biografia é um gênero que agrega a si outros subgêneros. São eles: o Perfil, a Autobiografia (memórias ou diário) e o Romance Biográfico.
Perfil
Texto de caráter originalmente jornalístico com o objetivo de traçar a persona do perfilado. Como o Perfil é geralmente escrito por um Jornalista, ele tem um objetivo, um ângulo, como se diz no Jornalismo. Assim, o Perfil é um texto não muito extenso com foco em algum momento da vida da pessoa. Na maior parte das vezes, este tipo de texto tem como alvo pessoas vivas, enquanto a Biografia acolhe, com mais frequência, personagens falecidos.
Autobiografia
Texto biográfico escrito pelo próprio biografado (Auto = próprio). Neste subgênero,o autor ou autora pode optar por escrever em forma de Memórias ou Diário. Nas duas maneiras, o biografado-escritor escolhe quais momentos de sua vida deseja tornar público; a diferença, portanto, recai mais na forma e na apresentação do conteúdo. Em Diário, há um apego maior pelas datas cronológicas dos acontecimentos, com uma ordenação mais direta dos fatos; em Memórias, o apego às datas é menor e a história pode ser contada de forma não linear, com uma análise mais profunda sobre os acontecimentos. Os dois subgêneros geralmente são escritos na primeira pessoa do singular e esperamos ler sentimentos íntimos e confissões do autor-biógrafo.
Romance Biográfico
Como escrito no primeiro texto do blog, a Biografia é um texto não-ficcional, contudo, o Romance Biográfico é um subgênero queadmite ficção em determinados pontos da história. A ideia é utilizar tal recurso em momentos onde o biografado tem dificuldades em encontrar as informações sobre si ou não consegue definir a ação de outras pessoas. Nesses momentos é permitido, no Romance Biográfico, criar uma ficção que supra essa carência pela informação real e permitapreencher os vácuos da história. Não se pode, contudo, utilizar o recurso em excesso. Muita ficção em texto biográfico pode desacreditar o texto ou criar inverdades sobre as pessoas citadas, o que pode acarretar crime de honra.
Assim, quando o biografado escolhe contar a sua vida ou parte dela, ele pode optar por uma Biografia padrão ou um dos subgêneros acima. Na escrita, com exceção da Autobiografia, é outra pessoa quem executa o trabalho. Nós, do Álbum de Memórias, atuamos como jornalistas ou escritores fantasmas (ghostwriters) que pesquisam, escrevem e eternizam a sua história no papel.
Você já ouviu falar ou sabe o que é um ghostwriter? Esse é o tema do próximo texto do blog.
Leia aqui.