Nas partes anteriores, falamos sobre como desenvolver a ideia do seu romance ou livro de não ficção, estruturá-lo e pesquisar os temas necessários. Agora você está preparado para a etapa mais desafiadora de todas: a escrita.

A escrita do seu livro é o momento de mergulhar no processo criativo de forma plena, inteira, sem atalhos. Nesta fase você já deve conhecer bem os seus personagens, os conflitos que eles viverão ao longo da história, os três atos e pontos de virada, e ter delineado suas sequências e cenas (caso não tenha lido o segundo artigo desta série, veja mais sobre isso aqui).

No entanto, a escrita em si é um processo muito introspectivo, que exige concentração e, sobretudo, hábito.

O hábito da escrita

 Todos nós temos rotinas, obrigações, compromissos, e encaixar nela a escrita de um livro não é tarefa fácil. Mas é necessária. Para cruzar a linha de chegada da sua obra, tenha ela 100 ou 500 páginas, é importante que a prática da escrita esteja inserida na sua vida.

Isto exige certa disciplina, claro, mas não precisa ser fanático. Recomendamos que, pelo menos duas vezes na semana, você se sente no computador por no mínimo uma hora e dê continuidade à sua história. Somente assim conseguirá avançar e evitará que o livro fique esquecido num canto, criando poeira, correndo o risco de nunca ser escrito.

Escolha os melhores dias e horários para você e não ocupe sua agenda naqueles momentos. O ideal é que não os modifique, mas cultive uma frequência. Tenha disciplina e comprometimento com a sua obra.

Não se preocupe com revisões por enquanto. Afinal, é o seu primeiro rascunho. Nele é importante apenas uma coisa: escrever. Não se coloque freios nem restrições, deixe fluir seu processo criativo do modo que funcionar melhor. A revisão vem depois.

Revisando o primeiro rascunho

Ufa, você chegou ao final da primeira versão do seu livro! Agora é hora de arrumar a bagunça, colocar cada palavra em seu lugar. Afinal, como vimos, o processo inicial de escrita pode ser um tanto caótico. Ao voltar para o início e começar a releitura, você pode ajustar uma série de pontos essenciais no seu texto: ritmo, fluidez, vocabulário, aprimorando a construção narrativa e acrescentando camadas aos seus personagens. É o momento de lapidar o seu estilo e trama.

Lembre-se: a boa história contém somente o essencial para fisgar o leitor. Palavras, frases ou até parágrafos inteiros que lhe pareçam excessivos, muito explicativos, ou que não contenham uma beleza narrativa em si mesma (afinal, trabalhamos também com prosa poética), provavelmente devem ser cortados. Este rigor crítico com o seu trabalho é fundamental.

E fique tranquilo, não se afobe, pois outras revisões serão necessárias até alcançar o resultado final do seu livro. Boas escritas!