Muito se fala sobre a importância do trabalho de pesquisa para escrever um livro, de mergulhar nos temas, cenários e personagens, sem deixar de lado as técnicas de escrita. Mas há um aspecto da construção de uma obra que não é tão comumente abordado: a estruturação do livro.
A estrutura é basicamente a forma como a obra está organizada, apresentada ao leitor, seja em partes, capítulos ou outras unidades narrativas, que podem ser curtas ou longas, com ou sem títulos.
Escolher a melhor estrutura está profundamente atrelado a diversos aspectos da sua história ou do seu livro de não ficção. É preciso considerar, por exemplo, a linguagem utilizada, os temas tratados, o público-alvo e o próprio objetivo de comunicação da obra.
Livros de ficção
Naturalmente, não há fórmulas a serem seguidas, ainda mais numa época em que diversos escritores procuram formas híbridas. Experimentações estruturais podem ser bem-vindas no sentido de trazer um frescor para sua história. Contudo, obras de ficção quase sempre seguem uma estrutura em forma de capítulos, que podem ser numerados ou intitulados.
É importante que cada capítulo tenha uma unidade narrativa dentro da sua história, uma função no encadeamento do enredo como um todo.
No caso de capítulos longos, com mais de 20 páginas, muitos autores optam por inserir espaços de “respiro” no texto, às vezes com asteriscos, diminuindo a extensão dos parágrafos, ou simplesmente colocando espaços em branco. Isso pode facilitar a leitura, pois alguns leitores escolhem interromper naquele ponto e retomar no dia seguinte.
Já as partes, que mencionamos no início desse artigo, são unidades narrativas maiores da obra, geralmente formadas por vários capítulos, compondo um bloco maior da sua história.
Como exemplo, o clássico da literatura brasileira, “O Continente”, de Érico Veríssimo, é estruturado em várias partes, algumas curtas, que servem como capítulos, e outras bem mais longas, compostas por capítulos numerados. “Um certo capitão Rodrigo” é uma dessas partes mais extensas, com um total de 139 páginas. Se formos além e pensarmos “O Tempo e o Vento” como uma obra única, ela é composta por três romances, sendo “O Continente” apenas o primeiro.
Livros de não ficção
Na seara da não ficção, há tantos subgêneros que as possibilidades de estruturação de uma obra são múltiplas. Em um livro de memórias, uma autobiografia, ou até mesmo um diário pessoal, dividir o texto em datas, anos, ou períodos específicos (como, até mesmo, as estações do ano), são formas de demonstrar a passagem do tempo na história.
Este mesmo princípio pode valer para obras de jornalismo literário ou livros reportagem. Contudo, em vez de adotar uma estruturação temporal, o autor ou autora pode optar, por exemplo, por uma divisão temática ou histórias quase independentes, que funcionem como contos interligados ao tema principal. Nos dois casos, é importante que a unidade da obra seja perceptível.
Em “Rota 66”, o escritor e jornalista Caco Barcellos dividiu sua obra em três partes (“Rota 66”, “Os Matadores” e “Os Inocentes”), cada uma formada por sete a nove capítulos com títulos criativos, inspirados na linguagem literária.
Em suma, há diversas maneiras de estruturar o seu livro de forma criativa e que fisgue a atenção do leitor.
Nós do Álbum de Memórias somos jornalistas e ghostwriters com livros de ficção publicados. Nosso trabalho é escrever e publicar obras de diversos segmentos e gêneros para nossos clientes, e a estruturação é parte fundamental deste processo.