Processo Criativo: o método de J. R. R. Tolkien

Processo Criativo: o método de J. R. R. Tolkien

Aqui no Álbum de Memórias, já tratamos de Criatividade, com exemplos de estratégias utilizadas por alguns autores, e fizemos isso mesmo durante a pandemia.

Neste texto, em complemento, vamos tratar de processo criativo, com especial foco em um dos maiores escritores de Fantasia, cuja literatura influenciou e ainda influencia várias outras obras, J. R. R. Tolkien.

Para começar, o que é exatamente um processo criativo?

Processo criativo, na escrita, é o nome que se dá ao fenômeno complexo e com multietapas que envolve a concepção de um plano de escrita, geração de novas ideias ou soluções através da pesquisa, busca de referências e combinação de informações existentes.

O processo criativo não é algo exclusivo das artes, por isso, de acordo com cada área, assume características específicas, como na ciência, tecnologia, negócios etc.

Voltando à Literatura, embora cada escritor/escritora tenha seu próprio processo criativo (que pode se modificar ao longo da sua jornada), saber como alguns gênios do ofício trabalham pode nos ajudar a entender como ideias inovadoras são desenvolvidas.

Tolkien, por exemplo, utilizava um método detalhista, tendo como referências suas áreas de conhecimento: Filologia e literatura anglo-saxônica.

Tolkien foi professor das áreas citadas e dedicou grande parte de sua vida ao desenvolvimento de sua obra literária, um universo fictício riquíssimo conhecido como a Terra Média. E um ponto importantíssimo do seu processo de imersão nesse cenário foram os idiomas.

A Filologia, o estudo de idiomas, era uma grande paixão de Tolkien, e isso o levou a estudar diversas línguas antigas, como o finlandês, o galês e o gótico. Desse conhecimento, desenvolveu idiomas próprios para seu cenário, como o élfico (Quenya e Sindarin), o Khuzdul dos anões e até as línguas dos orcs.

Ou seja, a língua era a espinha dorsal de sua narrativa, e a partir daí as culturas e histórias daqueles povos surgiram naturalmente. Junte a isso o amor de Tolkien pela mitologia e folclore e assim entendemos toda a gênese e desenvolvimento da Terra Média.

Outro ponto importante de destaque foi o apreço de Tolkien pela revisão e reescrita de suas obras.

Os manuscritos de seu trabalho mostram um escritor incansável durante seus processos de revisão, ajustando detalhes, corrigindo questões inerentes à narrativa e enriquecendo seu cenário a partir de mapas, acontecimentos históricos, e o especial apreço por genealogias – características que aumentam a sensação de realismo em seus livros.

Portanto, podemos concluir que o processo criativo de Tolkien era como a continuidade do seu trabalho como professor acadêmico e especialista em mitologia e filologia, com a aplicação de seu rigor pessoal e convicções.

E o resultado é uma obra que ainda hoje influencia nas mais variadas formas de arte.

Fale conosco



    Faça um Comentário