25 de julho – A Jornada do Dia Nacional do Escritor

25 de julho – A Jornada do Dia Nacional do Escritor

A história da escrita literária é uma jornada contínua de inovação e adaptação. No Brasil, o Dia Nacional do Escritor é comemorado em 25 de julho, data escolhida pelo ex-ministro da Educação e Cultura, Pedro Paulo Penido, em 1960, para homenagear escritoras e escritores brasileiros.

A história do ofício de escritor no Brasil começa no período colonial, quando a literatura brasileira começou a se desenvolver sob a influência da literatura portuguesa. No início, os escritos eram predominantemente de caráter religioso e descritivo, com jesuítas como José de Anchieta produzindo textos de catequese, relatos de viagens e descobrimentos.

Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil em 1808, houve um impulso cultural. A abertura dos portos e a instalação da imprensa régia permitiram a circulação de ideias e o surgimento dos primeiros jornais e revistas nacionais. Assim, surgiram os primeiros escritores brasileiros, como Joaquim Manuel de Macedo, autor de “A Moreninha” (1844), considerado um marco inicial do romance no Brasil.

Romantismo

O século XIX foi um período crucial para a consolidação do ofício de escritor no Brasil, especialmente com o movimento romântico. José de Alencar se destacou como um dos principais romancistas dessa época, explorando temas nacionais e indígenas em obras como “O Guarani” (1857) e “Iracema” (1865). O romantismo também abriu espaço para a poesia, com figuras como Gonçalves Dias e Castro Alves, que abordavam temas nacionalistas e abolicionistas.

Realismo e Naturalismo

O realismo e o naturalismo, que surgiram na segunda metade do século XIX, trouxeram novos temas e perspectivas para a literatura brasileira. Machado de Assis, com sua escrita moderna e análise psicológica dos personagens, tornou-se um dos maiores escritores da literatura mundial. Sua obra “Dom Casmurro” (1899) é um exemplo clássico desse período. Aluísio Azevedo, com “O Cortiço” (1890), também se destacou ao retratar a realidade social e os problemas urbanos.

Do Modernismo até os dias atuais

No século XX, o modernismo trouxe uma ruptura com os padrões literários anteriores. A Semana de Arte Moderna de 1922 foi um marco desse movimento, promovendo uma literatura mais livre e experimental. Escritores como Mário de Andrade, com “Macunaíma” (1928), e Oswald de Andrade, com seus manifestos e obras provocativas, foram fundamentais para essa renovação.

Durante a ditadura militar (1964-1985), o ofício de escritor no Brasil enfrentou censura e repressão. No entanto, muitos escritores se engajaram politicamente, usando suas obras como forma de resistência. Nomes como Clarice Lispector, Jorge Amado e Graciliano Ramos marcaram essa fase com suas produções literárias que, embora perseguidas, encontraram formas de driblar a censura e alcançar o público.

Nos dias atuais, o ofício de escritor no Brasil é diversificado e enfrenta os desafios da era digital. A pluralidade de vozes e temas continua a enriquecer o meio literário do país, mantendo viva a tradição de um ofício que sempre refletiu as transformações sociais e culturais do Brasil.

 

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