Em novembro de 1959, uma família da pequena cidade de Holcomb, oeste do Kansas, foi brutalmente assassinada e o crime rendeu uma pequena nota no The New York Times. A notícia horrorizou o renomado escritor Truman Capote a ponto de ele decidir visitar o local da barbárie. Quase seis anos depois, após acompanhar a investigação policial e entrevistar diversas pessoas (incluindo os dois criminosos), Capote lança A Sangue Frio – seu livro mais celebrado e um expoente do Jornalismo Literário ou Novo Jornalismo.
O Jornalismo Literário é um movimento de meados do século passado que busca unir a rigidez da apuração jornalística com a arte literária. Em suma, todos os livros são uma espécie de romance de não-ficção. E não estamos falando apenas de reportagens tradicionais.
Em O Livro das Vidas, por exemplo, encontramos uma reunião de obituários do The New York Times transformados em grandes histórias assinadas por importantes jornalistas; em A mulher do próximo, Gay Talese descreve a revolução sexual americana entre os anos de 1960 e 70, um excelente livro que investiga ícones como Hugh Hefner (fundador da Playboy), Marylin Monroe, as leis de decência americana, etc.
Mas se engana quem acha que apenas os norte-americanos praticavam o gênero. Apesar de a definição ter nascido na imprensa americana e escritores/jornalistas referências no assunto, como Gay Talese, Norman Mailer, Tom Wolfe, também serem americanos, isso não quer dizer que era uma exclusividade daquele país.
Aqui no Brasil, desde os anos 1940, jornalistas como Joel Silveira, Marcos Faerman, José Hamilton Ribeiro, a revista Realidade e o Jornal Pasquim (que chegou a reunir feras como Jaguar, Ziraldo, Millôr, Manoel “Ciribelli” Braga e Miguel Paiva) também escreviam Jornalismo Literário.
E não precisamos nos esforçar para chegar em cronistas como João do Rio, Marques Rebelo e até Lima Barreto, que se preocupavam em mostrar as transformações do Rio de Janeiro sempre da maneira mais literária possível.
No Álbum de Memórias, o jornalismo literário faz parte do nosso ofício: contar histórias da forma mais correta, verídica e detalhista possível, sempre através da arte literária.
Nos inspiramos tanto nos clássicos citados, como em obras mais atuais, como Rota 66, de Caco Barcellos, Holocausto brasileiro, da Daniela Arbex, Noites tropicais, de Nelson Motta, e atualíssimos como O Tiradentes: Uma biografia de Joaquim José da Silva Xavier, de Lucas Figueiredo, e Brasil: uma biografia, de Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling.
Pode parecer difícil, mas tratamos com toda a atenção, planejamento e carinho cada história a ser contada. Nos procure para escrever sobre a sua vida e compartilhe suas memórias com o mundo.
Fique de olho em nosso blog que logo tem novidade por aqui. Até mais!